Francisco Bicalho
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Por entre os possíveis rumos da noite
Abandonei os planos previstos
Não mais o velho cabaré
Hoje a companhia será outra
Minha companhia será café!
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Busco as chaves do carro
No apartamento
Rápida bisbilhotice…
Aparece o desejado
Desordem igual a da meninice
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O corpo engenhoso de segredo velado
Volta e meia perde-se em secreto espaço
Ao que devo ser ciúmes do cachorro e seu latido
Assim furta minha atenção indo a cantos escondidos
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Achado o necessário,
O ânimo vem de sorte
Saio em tarde horário
Companhia sem ser sábado ?!
Pena, ninguém pode
Talvez chamasse Eduardo
Mas a quarta-feira vem a rebote
Creio ser indelicado
Prefiro seguir meu norte
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Reservo a companhia da noite ao pó
Junto ao possível incremento com leite
Talvez… alguma eventual música
Mas nenhuma gente
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De vivos me bastam os mudos
Porque esta noite a companhia será café!
Isto por busca de força e quietude
O que carece ao lado de alguma mulher
Já que menos se vive mais se discute
E de palavras tenho a cota desta colher
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24/08/2010