Mediante ao imbróglio mais falado que fuxico de gravidez de filha de pastor, após uma relação fornicária com o baterista da igreja, a saber, a exposição dos bens de Valdemiro Santiago no programa Domingo Espetacular, eu quero fazer as seguintes questões:
Por que não usamos da mesma moeda, que utilizamos contra políticos corruptos, contra os tele-evangelistas? Por que o corrupto cristão vale mais que o corrupto não-cristão?
Neste episódio, é o “sujo falando do mal lavado”, então por que não se denuncia, paulatinamente, o sujo e o mal lavado? Por que quem paga a conta de nossos direito de protestos e indignação são sempre os da ala política, como Sarney, Jader ou ACM?
Por que (levando em conta a fraqueza da população que não é estimulada a pensar com lógica e acuidade) nós deixamos que milhares de pessoas se tornem escravas do forte apelo religioso, engendrando um ciclo perverso onde o pobre sustenta a classe mercenária?
Por que (vestindo a couraça da indiferença) chegamos a dizer que o que esses mercenários fazem, “acabam fazendo o bem, pois pelo menos, muitas pessoas estão ouvindo a palavra de Deus”?
Onde enfiar o texto dito por nosso ancestral de fé (Pedro)? “Muitos seguirão os caminhos vergonhosos desses homens e, por causa deles, será difamado o caminho da verdade. Em sua cobiça, tais mestres os explorarão com histórias que inventaram. Há muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não tarda. Prometendo-lhes liberdade, eles mesmos são escravos da corrupção, pois o homem é escravo daquilo que o domina. Teria sido melhor que não tivessem conhecido o caminho da justiça, do que, depois de o terem conhecido, voltarem as costas para o santo mandamento que lhes foi transmitido. Confirma-se neles que é verdadeiro o provérbio: “O cão voltou ao seu vômito” e ainda: “A porca lavada voltou a revolver-se na lama”.”
Vamos interpretar que “tudo isso faz parte” e por fazer parte, vamos sentar em cima dos vômitos expelidos?
Vamos fingir que se trata apenas de um evangelho sendo pregado de forma diferente? E por isso, vamos fazer vista grossa aos milhares que são iludidos enquanto dançam na cátedra da depravação?
Vamos ficar “tirando barato” de nossas poltronas, enquanto os mercenários se espalham e fazem discípulos? Enquanto se entronizam e se enriquecem? Enquanto se preparam para invadir os assentos de poder de nosso país?
Não se trata de defesa da fé. A questão é brigar por quem merece uma segunda chance: o povo que entra nesta engrenagem apenas para perder e para se auto-empilhar a fim de se transformar numa grande muralha que cerca, protege e dá poder aos mercenários.
Congressos que tentam salvar a igreja evangélica nunca serão suficientes. É preciso ir além. Utilizar-se de todos os meios possíveis (principalmente internet) para mostrar uma outra realidade. Invadir comerciais na TV, no radio e na internet. É preciso levar a básica mensagem, de que o evangelho de Cristo é a destituição das manobras que sucumbem os anseios de partilha, de solidariedade, de igualdade, de afeto, de tolerância, de amor e de generosidade.
É preciso levar a mensagem de que o evangelho é para todos através dos préstimos e do convívio solidário e que a tradução disso é morte do egoísmo, da barganha e do deus que trabalha como garçom, vinculado com homens de caráter repugnante.