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24 de mai. de 2012

Pausa para o café #1



Venho aqui  para preencher o vazio desta folha que me assola,  me incomodo com ela  porque ela me personifica. Estou vazio e sei disso... E não se trata de um vazio yogico desses com flores de lótus e incenso, tão pouco se trata do vazio purulento causado pela indiferença com relação a própria história. Estou  vazio e muito denso - um paradoxo para o leitor - como quem se empanzina durante as refeições dominicais ganhando energia e inércia ao mesmo tempo. Este é o potencial das ideias que carrego.

Contemplo o tempo que passa nesta sala sem que cause grandes urgências na vida, mas sem remover o que há de inerte do caminho. Para mim a irrelevância é marcante em tudo, em todo o óbvio... Tudo  quanto escorre do homem é cheio de competição demais e carente em esportividade. Resultado,  o mundo é a figuração  de perpétuos cansados, de mãos e pés ralados, com olhos fincados nas costas do competidor a sua frente - olhos inúteis a paisagem mas devotos das tarefas. Sinto que corremos em círculos, portanto, depois da primeira volta perde-se o sentido da tarefa,  e aos poucos, perde-se também o próprio sentido de orientação . Todo círculo cumpre sua função na primeira volta.

Entretanto talvez seja melhor correr a apodrecer pelos cantos, a amofinar poeira sobre as retinas, inventando novos deuses estéricos e religiões com respostas definitivas para perguntas em evolução...
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