Jetsunma
Tenzin Palmo é uma monja do budismo tibetano da linhagem
de Drukpa, escola de Kagyu. Ela é
autora, professa e fundadora do Convento Dongyu Gatsal Ling na Índia .Conhecida por ser um dos poucos ocidentais yogis a serem treinados
no Oriente, passou 12 anos vivendo em uma caverna remota no Himalaia, sendo
três desses anos em um retiro de meditação exclusiva. Veja o que ela tem
a falar sobre a mística Iluminação:
P: Gostaria de perguntar o que significa para Srª. Iluminação? Penso que iluminação seria talvez estar no momento presente – de um crescente sentimento de estar ciente – um sentimento de beleza. Talvez a Srª. pudesse nos falar sobre a iluminação e seu significado.
R:
Estar no momento presente despojado de qualquer pensamento conceitual é um
ótimo avanço. É muito útil. Mas em si não é iluminação. Claro, iluminação é a
palavra que atiramos para cá e para lá, e de uma certa forma, prefiro a palavra
realização. Mente realizada é aquela que tem a visão da natureza última da
mente. Nossa mente é normalmente muito dualista. Estou tentando simplificar
para que você possa entender.
Eu
vejo um relógio. Há sujeito, verbo e objeto. Isso porque nossas mentes são condicionadas.
Quando pensamos, sempre pensamos com idéias, conceitos, condições e padrões.
Contudo, há um nível da mente, do ser consciente, que não é dualístico, não é
conceitual, que é pela sua própria definição, além do pensamento. Não pode ser
pensado nem conceitualizado, mas pode ser realizado. Então, essas realizações,
esses momentos de apreensão da natureza incondicionada da mente são comumente
como “flashes”. Assim, a idéia é aumentar o número de episódios de “flashes”,
prolongá-los e tornar eventualmente esses momentos de percepção não dualista
constantes e ininterruptos. Iluminação é um nível diferente de estar ciente que
todos nós possuímos e que é nossa verdadeira natureza.